João, o Maestro

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Final de 2016. Estava em casa quando tocou o telefone.

– Boa tarde. Por favor, eu queria falar com o Elmo.

– Sou eu.

– Aqui é o João, o Maestro. Tudo bem?

Digamos que quando ouvi aquela voz, achei familiar. Mas poderia ser o Maestro João Carlos Martins? Acompanho a carreira dele e assisto sempre quando participa de algum grande projeto ou de um programa de TV. Lembro num debate da Band, por exemplo, quando ele e a Orquestra Bachiana brilhantemente tocaram a música tradicional dos debates do canal. Foi em 2010, inesquecível… Daí perguntei:

– Tudo… e vo…cê? É o… Maestro… João… Carlos Martins?

– Sim. Tudo bem também! Meu rapaz, me falaram que a última esperança era falar com você. Indicaram seu nome para me ajudar. Desculpe ligar no celular.

Digamos que ouvir isso e do Maestro João Carlos Martins, de quem tanto se admira, seu nem ao menos saber do que se trata, é de ficar sem palavras. Já havia falado com o irmão dele na Pró-TV, o jurista Ives Gandra Martins, amigo da Vida Alves, também a humildade em pessoa como o Maestro. Com ele, rapidamente fiz tratativas com a assessoria para realização de um vídeo de “feliz aniversário” para televisão (com ele tocando ao piano, de sua casa) e que foi exibido no espetáculo que fizemos “Televisão 60 Anos – O Show”, que em 18 de setembro de 2010 comemorou as seis décadas de TV, no Auditório  Simón Bolívar, no Memorial da América Latina.

O Maestro então passou a me contar sobre os dados que precisava, com uma precisão incrível, cheia de detalhes, de um dos seus primeiros programas que realizou na TV Tupi. Faltavam informações para completar uma cena, já no filme praticamente finalizado, “João – O Maestro”, da Globo Filmes. Com um entusiasmo incrível, me narrou lembranças pra que eu achasse informações, pistas. Parecia que estava vivendo aqueles momentos novamente, com uma humildade impressionante. Entre outras coisas, narrou a felicidade de ver o Alexandre Nero o interpretando, que chegou a pegar até mesmo seus trejeitos.

– O rapaz é muito bom. Logo verá no cinema. – ele estava certo. Nero, mais uma vez, impressionou, no filme do Mauro Lima, dirigido por Luis Carlos Barreto.

Levantei tudo que encontrei, mas infelizmente a data precisa daquela apresentação não achamos. Terminaram o filme, mas pude colaborar com outros pequenos detalhes. Aquela tarde não vou me esquecer, porque ainda conversamos sobre muitas coisas, sobre outras épocas e boas lembranças do Maestro.

Das vezes posteriores que nos falamos só posso dizer que recebi grandes lições de que para ser uma grande pessoa seja a mais humana possível, gentil, com “maestria” em suas palavras. Se manter assim é também um exemplo de superação, o que o Maestro já é por si só.

Aplausos ao grande Maestro João Carlos Martins!

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